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25 DE ABRIL ONTEM E HOJE - 50 ANOS

25 DE ABRIL ONTEM E HOJE - 50 ANOS

CONVITE EXPOSIÇÃO 25 DE ABRIL ONTEM E HOJE 50 ANOS| EPCV-CELP ABRIL DE 2024

O dia 25 de abril de 1974 ficou eternizado para a história de várias maneiras, entre as quais através de cartazes que ilustram partes importantes da revolução que devolveu a voz ao povo e destituiu a ditadura.

Imagens de ordem:

Em virtude do contexto em que estavam inseridos, destaca-se “a vertente propagandista dos cartazes sendo que os elementos verbais dos cartazes correspondem a slogans que também se faziam ouvir, como palavras de ordem, nas manifestações, como é o caso de frases emblemáticas como “O povo está com o MFA!” ou os versos da “Grândola, Vila Morena“. “Os slogans são curtos para facilitar a sua memorização. A componente não verbal era também muito importante face a uma população com uma elevada taxa de analfabetismo.

A ligação do povo com as Forças Armadas e o famoso menino com a espingarda

Na análise à grande maioria das mensagens que os cartazes transmitem, o Professor, Jorge Marinho, destaca aquilo que foi uma das chaves para a revolução: “A união entre o povo e o Movimento das Forças Armadas” (MFA) uma vez que militares e civis surgem nos cartazes lado a lado variadíssimas vezes.

O professor destaca ainda a presença dos símbolos: “São muito importantes nas revoluções e para além dos cravos temos a bandeira de Portugal, ou as suas cores, que sublinham o patriotismo da Revolução”, diz.

Quando se pensa nos cartazes do 25 de Abril, há um em particular que salta à memória de todos: o do menino a pôr o cravo na espingarda. “Por um lado, temos luz, uma criança e uma flor que é o símbolo do 25 de Abril”, descreve o professor, esclarecendo que “simboliza o movimento como pacífico e que a criança representa um futuro luminoso”.

Do outro lado está, novamente, a conexão com os militares: “três braços que, conjuntamente e firmemente, seguram a espingarda, mostrando a sua ligação às Forças Armadas Portuguesas”, explica.

Consta que nesse dia, o restaurante em que trabalhava Celeste Caeiro, na rua Braancamp, completava o seu primeiro aniversário. O seu proprietário tinha decidido enfeitar estabelecimento com cravos vermelhos, para oferecê-los aos clientes. Como o restaurante acabou por ser encerrado devido aos acontecimentos, Celeste, carregada de cravos ao chegar à Rua do Carmo, em plena baixa lisboeta, foi interpelada por um soldado que lhe pediu tabaco, como ela não tinha, decidiu oferecer-lhe antes um cravo. Ele recebeu-o e entusiasticamente colocou-o no cano da sua espingarda. Este gesto foi repetido por outros militares que se aproximaram de Celeste para receber cravos vermelhos.

Com estes episódios, batizou-se esta ação militar como a Revolução dos Cravos, estando desde aí associados ao dia que devolveu ao país a democracia, e por isso é um elemento que se encontra com frequência nos cartazes e nas sessões comemorativas da revolução. Muitos dos cartazes surgidos nos pós 25 de Abril ou comemorativos desta data utilizam imagens, símbolos e slogans semelhantes, sendo muito recorrente a sua utilização nos materiais gráficos da época. Um dos ícones mais comuns da revolução de abril é o cravo vermelho, sendo um elemento comum na grande maioria dos cartazes mas também a pomba como um atributo de paz e de harmonização entre os portugueses.

Fonte: Ecomuseu Municipal do Seixal Centro de Documentação e Informação

AUTORES: Ana Teixeira / Alexandra Rita / Inês Gonçalves

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