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“Sustentabilidade dos oceanos” - o 10.º A esteve presente

“Sustentabilidade dos oceanos” - o 10.º A esteve presente

No dia 25 de janeiro de 2022, nós, os alunos da turma 10º A, juntamente com os alunos do oitavo e do nono ano de escolaridade da Escola Portuguesa de Cabo Verde, assistimos a uma palestra do professor de biologia marinha da Universidade de Lisboa, Rui Rosa.

A palestra iniciou-se com o biólogo a mostrar dados relativos ao crescimento da população humana a um nível global e a mostrar-nos que metade da população humana vive a menos de 100 quilómetros da costa, estatística na qual está incluída a população residente em Cabo Verde. O biólogo informou-nos também de que o maior número de espécies ameaçadas de extinção são do grupo dos peixes, e que os motivos para isto são a degradação do habitat, a sua exploração, a poluição, a mudança climática, a introdução de espécies exóticas e doenças. Há cada vez mais peixes a ser capturados sem ser de forma sustentável e isto tem um impacto massivo na biologia marinha. Atualmente, por volta de 40% dos peixes não são pescados de forma sustentável. Um exemplo da pesca feita de forma não sustentável é o bacalhau, que foi pescado muito além do limite de sustentabilidade na década de 70, o que levou a um colapso do seu estoque.

Mais de 60% do pescado foi capturado de forma insustentável, senso um dos principais motivos o uso do arraste, que é um método de pesca, na qual uma rede grande e pesada é arrastada ao longo do fundo do oceano, recolhendo tudo no seu caminho. Uma consequência do uso do arraste é a pesca acessória, isto é, a captura de peixes ou outras espécies marinhas de forma involuntária.

Também foi abordado o problema do plástico, que é consumido por muitos e diversos animais marinhos, de vários tamanhos. Os macroplásticos, ou seja, plásticos de tamanho superior a 5mm, são consumidos por mamíferos marinhos, e os microplásticos, ou seja, plásticos de tamanho inferior a 5mm, são consumidos por peixes ou animais marinhos de menor porte. Temos assim, cada vez menos peixe e mais plástico nos oceanos, tendo já ocorrido a formação de 5 “ilhas” constituídas inteiramente por lixo e detrito humanos, com a maior a encontrar-se no Oceano Pacífico. A Europa é o segundo maior produtor de lixo do mundo, pois produz 150 mil a 500 mil toneladas de plástico. Portugal proibiu o plástico de uso único em junho d2 2021.

Posteriormente foi abordado o problema das alterações climáticas, pois a quantidade de Dióxido de Carbono (CO2) na atmosfera tem estado a aumentar imenso devido às ações humanas e este aumento da quantidade de CO2 reflete-se na acidificação dos oceanos, ou seja, na diminuição do seu pH (potencial de Hidrogénio), causada pela absorção de CO2 pelos oceanos.

Rui Cabral

A palestra tinha como objetivo a consciencialização ambiental em relação aos mares. As Nações Unidas definiram 2021-2030 como “Década do Oceano” para promover o desenvolvimento sustentável dos oceanos.

Principais tópicos abordados na palestra:

O orador falou dos principais desafios ligados à gestão de recursos marinhos, principais pressões antrópicas e mudanças climáticas. Falou de alguns exemplos de boas praticas de pesca do Mediterrâneo e principais características oceanográficas de Cabo Verde

  1. Introdução geral
  • Falou- se do aumento da pressão demográfica e de África: mais de um milhão de pessoas vivendo em situação de pobreza extrema, com necessidades económicas e sociais;
  • Por outro lado, as atividades humanas não sustentáveis têm levado à degradação dos ecossistemas e extinção em massa da biodiversidade. De entre as várias espécies, nota-se um forte declínio dos peixes e anfíbios, e a degradação de alguns ecossistemas marinhos como os recifes de corais;
  • A situação de falta de sustentabilidade põe em risco a sobrevivência da humanidade e a vida no planeta.
  1. Principais pressões sobre a biodiversidade nos oceanos

 Sobre-exploração dos recursos marinhos através da pesca

  • Sobre-exploração e utilização de técnicas destrutivas de pesca. Os dados atuais mostram de que 40% de recursos pesqueiros estão a ser explorados de forma não sustentável
  • A captura excessiva e dirigida a certas espécies comerciais, tem levado ao desequilíbrio da cadeia alimentar
  • A pesca de arrasto, é responsável pela destruição dos fundos marinhos e pela captura indiscriminada de muitas espécies não comerciais, como por exemplo tartarugas marinhas que ficam acidentalmente presas nas redes. A pesca acessória de capturas não desejadas, representa 48% da pesca mundial e contribui de forma significativa para a perda de biodiversidade mundial
  • Muitas espécies capturadas são rejeitadas ao mar. Um exemplo marcante apresentado, foi a pesca ilegal de tubarões para o comércio de barbatanas, onde após o corte de barbatanas, os tubarões são rejeitados ao mar sem hipóteses de sobrevivência. 

Poluição marinha resultante das ações antrópicas

  • O orador falou da poluição marinha e seus impactos para a saúde humana devido a existência de metais pesados e outros materiais perigosos.  A Europa é o 2ª maior produtor de plásticos e tem contribuído fortemente para a poluição dos oceanos.
  • Pesquisas mostram que a poluição já atingiu até a fossa das Marianas (Mariana Trench), o ponto mais profundo dos oceanos (profundidade de 10 984 metros). Associada à poluição, observa-se o aumento do dióxido de carbono e a acidificação dos oceanos. Estas alterações impactam diretamente toda a vida marinha.
  1. O impacto das mudanças climáticas sobre os oceanos
  • As mudanças climáticas têm impacto global.  O aquecimento global altera fortemente os ecossistemas e é a causa do desaparecimento das grandes barreiras de corais, cuja sobrevivência depende da simbiose com algas muito sensíveis á temperatura e ao PH.
  • Por outro lado, em algumas zonas este aquecimento tem favorecido o desenvolvimento descontrolado de algas marinhas, causando um desequilíbrio ecológico e invadindo novas zonas como espécies invasoras. Este crescimento descontrolado de algas contribui para o aumento do dióxido de carbono, a redução do PH (acidificação) e diminuição do oxigénio disponível para os seres vivos do planeta.
  • Se até 2100 o Planeta sofrer um aquecimento global de mais 3 Cº, prevê-se um desaparecimento em massa da biodiversidade e extinção da vida no planeta.
  1. A experiência do Mediterrâneo - Onde foram apresentados alguns exemplos de gestão dos oceanos através de práticas de pesca sustentável
  2. Características gerais de Cabo Verde
  • Zona marinha com baixa produtividade marinha em nutrientes devido ao nível de oxigénio disponível condicionadas pelas correntes marinhas

Importância mundial da Cabo Verde em termos de biodiversidade marinha, com alta taxa de endemismo.

Nayara Pinheiro

“A palestra sobre os oceanos, alem de expandir o conhecimento e a cultura geral dos alunos, fez uma breve atualização da situação biológica mundial e despertou um certo interesse e curiosidade sobre a biologia marinha em boa parte dos alunos.”

Élena Fortes dos Santos Viviani

Pesca insustentável dos tubarões

Um dos temas, também, falado na palestra, foi sobre a abominável prática da captura e retirada das barbatanas dos tubarões, ações interesseiras, egoístas e que põe em causa a subsistência da própria espécie. Pois, para além de sacrificar milhares de tubarões é um contributo para a extinção futura da mesma. O que mais me chamou a atenção foi o facto de removerem a barbatana do peixe e o jogarem ao mar como se ele sobrevivesse. Afinal, o mesmo têm de se mover para poder respirar e sem as barbatanas, é uma tarefa impossível, ou seja, afundam e morrem. Outro ponto apontado sobre os tubarões está ligado ao constante crescimento do lixo nas profundidades oceânicas o que, de acordo com dados fornecidos pelo professor, são lixos produzidos (80% provenientes das ações humanas).

 Impacto da poluição na flora oceânica

Outro assunto tratado de forma breve foi a consciencialização de que, se continuarmos a emitir CO2 para a atmosfera, podemos aquecer o oceano cerca de 3°C o que levará a inexistência dos corais, visto que os mesmos não aguentarão e quando um coral morre deixamos de ter cor no oceano, destruímos habitats causando um desequilíbrio enorme na biodiversidade e quanto mais CO2, menor o pH da água.

Thelma Fernandes

Também foi referido que muitas das vezes os pescadores pescam tubarões somente para ficar com as barbatanas, apenas cortando as barbatanas os tubarões continuam vivos, e os pecadores os jogam no mar. O problema é que sem as barbatanas os tubarões não conseguem respirar, pois é necessário estarem sempre em movimento. O tubarão é jogado no mar e sofrer por uma morte lenta e dolorosa.

Por fim foi falado que o ser humano tem andado a poluir tanto o ambiente que tem nestes últimos anos formado ilhas de lixo no meio dos oceanos e mares. E isto é algo muito grave.

Kyanna Barbosa Évora

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