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Ciência Polar e Alterações Climáticas (Videoconferência)

Ciência Polar e Alterações Climáticas (Videoconferência)

No dia 22 de abril, Dia Mundial da Terra, pelas 14h30m (hora de Cabo Verde), realizou-se na EPCV a videoconferência sobre a temática Ciência Polar e Alterações Climáticas, centrada em vários projetos de investigação sobre permafrost e alterações climáticas no Ártico e na Antártida.  O palestrante foi o Professor Doutor Gonçalo Vieira, geógrafo, professor associado do IGOT-ULisboa, investigador do CEG, vice-presidente da International Permafrost Association (IPA), coordenador do PROPOLAR – Programa Polar Português, Diretor do Colégio de Ciências Polares e de Ambientes Extremos da ULisboa e Coordenador Científico do Estrela UNESCO Global Geopark. 

Assistiram à palestra dez turmas, duas do 8.º ano, três do 9.º ano e uma do 10.º ano da EPCV e quatro turmas do 9.º ano da Escola Básica de Telheiras, Agrupamento de Escolas Vergílio Ferreira (Lisboa).

Centrando-se nas regiões polares, o Professor realçou o fenómeno do aquecimento global do Planeta, o qual não está a aquecer todo à mesma velocidade, havendo mesmo pequenas regiões onde se verifica arrefecimento. O Professor ilustrou o fenómeno Amplificação Ártica, fenómeno que resulta de um maior aquecimento da temperatura do ar nas altas latitudes do Hemisfério Norte. A região do Ártico possui as principais massas de gelo do Hemisfério Norte, pelo que o fenómeno da Amplificação Ártica está a provocar um aumento do degelo. O nosso estilo de vida, assente no consumo de combustíveis fósseis, está a ter impactes muito grandes, sobretudo nas regiões polares.

O que acontece no Ártico e no Antártico não afeta apenas essas regiões, tem impactes a nível global. O gelo desloca-se dos continentes para os oceanos. Se a Gronelândia derretesse o mar subiria o seu nível em seis metros; se a Antártida derretesse o nível do mar subiria sessenta metros.

Fazendo parte da Rede Mundial de Monitorização das Temperaturas do Solo Gelado, GTN, e sendo o permafrost a principal área de investigação,  o Professor ilustrou o método de investigação no terreno, nomeadamente o rede de termómetros de solo a diferentes profundidades, a utilização de meios aéreos, drones e outros, e a deteção remota.

O permafrost está a derreter e, em resultado deste fenómeno, surgem muitos pequenos lagos de diferentes cores onde os restos dos organismos incorporados no solo entram em decomposição. A atividade microbiana é muito rápida, libertando gases como o metano e o dióxido de carbono, aumentando assim o efeito de estufa.

Nos últimos anos a investigação no Ártico procura perceber todas estas mudanças que se estão a processar muito rapidamente. Como exemplo refere-se a fusão do permafrost nas áreas costeiras do Ártico, a qual intensificou a erosão da costa, a qual chega a recuar cerca de vinte metros por ano.

Relativamente à Antártida, continente com uma grande massa de gelo, que pode atingir três quilómetros de profundidade, foi realçada a importância deste continente gelado no sistema climático global. A Antártida é o grande motor da dinâmica das correntes oceânicas globais, funciona como o “grande frigorífico” do Planeta.

No final, o Professor Gonçalo apresentou aos alunos cinco ideias para levar para casa:

1 – As alterações climáticas estão a ter efeitos dramáticos nos pólos e em particular no Ártico;

2 – O gelo nas regiões polares é muito sensível ao aquecimento global;

3 – O degelo vai contribuir para aumentar ainda mais o aquecimento da Terra;

4 – Os impactes das alterações climáticas nos pólos têm consequências globais;

5 – As regiões polares são fundamentais para o equilíbrio da Terra.

 

Atividade organizada pelo Departamento de Ciências Sociais e Humanas, com a colaboração do Departamento de Ciências Experimentais

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